21 julho 2009

Tudo ou nada

Tudo venta. Os dias passam. Seremos diferentes amanhã, não tenha pressa. Olhe para o céu, invente-me um poema. Me ame agora. Atiro no escuro. Coração.
Perdão antecipado, carona pra casa. Sou coroa, sabida. Invada minhas entranhas. Me doe o seu cheiro, seja flor. Sue minhas roupas. Esconda seus delírios. Levante suas cobertas, procure embaixo da cama. Tenha um plano em mente. Invente a nossa vida. Cale meu olhar. Leia em meu corpo. Assopre aquela melodia. Estamos sós. Prolongue-se mais. Passarei.
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Sou ventania.

17 julho 2009

13 julho 2009

Caio Fernando Abreu

"Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará."

09 julho 2009

Por inteiro

na intensidade
na intensa
idade
na ida
de lá.

Proximidades

O coração de alguém não pode ser medido apenas pelo punho fechado de uma de nossas mãos. Ele se estende para além. Experimentei apoiar delicadamente a minha mão direita no peito, lado esquerdo. Em muito tempo eu não o ouvia borbulhar lá dentro. Respirar já não tornarva-me suficientemente grande, e agora sei que para tudo aquilo que fez com que eu me guardasse em silêncio profundo, houve uma explicação. Hoje moldei em um retrato a matéria na qual sou feita. Meu coração bateu para fora de minhas roupas de inverno, e num compasso desregrado com a chuva apaziguante que ouço cair lá fora, fez-se um clarão límpido e silencioso em minha intensa peregrinação pelo maior. Encontrei aquilo que havia procurado. E foi em ti que pensei.