08 novembro 2011

Lançamento Poemas no Ônibus - 57ª Feira do Livro

Neste domingo, estaremos autografando a coletânea dos poemas que estão circulando pelos ônibus e trens da cidade!
O evento de lançamento do livro ocorrerá às 18h no Memorial do RS.

30 setembro 2011

"O espelho" na Feira do Livro

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Além da publicação em "Contos do fim do mundo", O espelho entrará para a antologia de contos "Assombros Juvenis", editada pela CORAG e com lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre, ainda neste ano!

Abaixo a lista dos selecionados pela Confraria Reinações, que promoveu o concurso literário de contos voltados para o público infanto-juvenil:

23 agosto 2011

Novas publicações - Cíntia Perin

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Mais uma vez selecionada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, do Rio de Janeiro!

Desta vez publicarei dois poemas e um conto, ainda inédito aqui no blog.


As antologias são: "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 81", com o poema "Noite em vidro"; "Roda Viva - Seleta de Poesias 2011", com o poema "O que de tanto é"; e "Contos do Fim do Mundo", com "O espelho".





No link é possível ler "O espelho", a sair na antologia em setembro/2011: http://www.camarabrasileira.com/cfm11-013.htm

12 agosto 2011

Conto publicado n'O Livreiro

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O Livreiro está com uma proposta muito legal de divulgação do site, que entra no ar em setembro! Mande seu conto para ser publicado no blog!

Nesta terceira edição, meu conto "Pirexia" entrou no ar. Confira em:


03 agosto 2011

"Terrestre" na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos

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Fui selecionada para publicar um poema na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 80, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, do Rio de Janeiro.


O lançamento do livro será no dia 20 de setembro.



O poema que entrará para esta edição chama-se "Terrestre", e pode ser conferido abaixo:





Terrestre



Abrem-se as portas

e o silêncio das brisas mistura-se

ao frescor do dia



Na virada do sol o horizonte

penetra em melodias latentes

No fundo da pele, um caminhante

já sozinho, partiu; deixou-se abismar



Raspando os pés na terra árida

ele cumpre a sua jornada

Soltando as amarras

dos calcanhares



Extravasa a existência

encontra o céu azul, o fundo do mar:

ser humano é contemplar.

19 julho 2011

Poemas no Ônibus

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Da condição
, poema de minha autoria, já circula pelo movimento dos ônibus da cidade de Porto Alegre.



Enjoy the ride...


(http://bitURL.net/bvzv)

21 junho 2011

Instantâneas II



A



1


Q


em

Paris

Festa






Foram brindes e abraços
os relógios dividiam-se entre
ponteiros e olhadas
houve chuva e as cigarras

e os cigarros.

Kai

*
*

Folhas secas
barulho do amasso
pé do caminhante

Fim ício

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Todo mundo tem uma boa ideia, em algum momento.

Todo louco se faz entender, por alguma pessoa.
Toda situação possui alguma saída.
Ninguém fica em silêncio quando se está constantemente habitado por multidões.
Vários de meus pensamentos se perderão, por falta de memória.
Alguns de meus amigos morrerão sem me conhecer.
Nossa vida é ampla. Queremos permanecer em nossas tatuagens expostas ao sol.
Meus dedos estão murchando.
Há uma porção de coisas a penetrar em mim, ainda.
Nunca poderei completar todos os vazios. Minha caneta perde a cor.
Fiquei sem tinta. Fim.


(... começa outra vez)


09 junho 2011

Fugazes I

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Minha personalidade vai instantânea
Comentando, argumento
Sopro a vida rápido
Para onde também caiba este vento

Semânticas I

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Vivo de arte

Mas não vivo da arte

11 maio 2011

Pirexia

"Vai cessar o som / A sessão já foi / Despertar é bom / Mas dói"

(Chico Buarque e Edu Lobo)


Naqueles dias, o tempo estava feio, e ficávamos quase sempre dentro de casa. Lembro-me que nem eu, nem Carmem esboçávamos o intuito de descer até o pátio para pegar lenha. Vivíamos do sofá antigo da sala à nossa cama.
"Parece que amanhã o tempo continua assim", ela dizia com frequência e, confesso, eu não procurava alternativa que não a de estar junto dela naquele inverno.
Passamos assim por volta de três ou quatro semanas. Estávamos em um período coincidentemente feliz, no qual ambos podiam relaxar de suas obrigações para com o mundo lá fora. Acredito que por não termos nos aliado às horas, essa temporada juntos teve significativo sossego e pôde durar pelo tempo que precisasse.
Com o decorrer das semanas, nossas atividades dentro de casa foram reduzindo de tamanho e proporcionalmente aumentando de intensidade. Um simples preparo de café da manhã constituía-se em pelo menos duas horas de empenho e dedicação.

Em uma dessas manhãs, ainda na cama e pronta para levantar-se e ir até a cozinha torrar os pães, Carmem encostou de relance em minha pele e constatou meu estado febril. "Estás suando frio... Como te sentes? Vou lhe preparar um chá, fique aqui". Neste dia Carmem movimentou-se pela casa em busca de remédios, e procurou manter-me acalorado, enquanto eu sentia meu corpo tomado por alguma infecção, que veio assim, de imediato, e parecia não deixar-me em paz tão cedo.
Eu alucinava em nossa cama. Tinha sonhos turbulentos e sentia muita dor em cada osso do meu corpo. Todas as noites, Carmem cobria levemente minha testa com panos umedecidos em água fria, que pareciam dissolver-se no ar ao tocar minha tez abatida pelo calor da febre. A aparência debilitada que eu representava durante este tempo era preocupante.
"Acho que precisamos chamar um médico, Augusto". Ela sabiamente indicava.
Eu sentia que estava morrendo. Carmem sugeriu de deixarmos a casa e encontrar seu irmão mais velho, um bom doutor infectologista que certamente diagnosticaria corretamente a minha repentina doença. O irmão de Carmem vivia em Toledo, a cerca de trinta minutos de Madrid, mais uns vinte de onde morávamos. "Se formos de trem amanhã à tarde, chegaremos lá ao anoitecer. Vou guardar algumas roupas na mala". Concordei em deixar nossa morada para trás por alguns dias, se fosse preciso. Lembro de sentir uma preocupação constante de definhar pelo meio do caminho. Mas concordei.
A neve parecia estar dando uma trégua lá fora, pelo menos até chegarmos em Toledo, então não haveria porque prolongar-me enfermo dentro de casa e aborrecer Carmem por mais uma semana e correr o risco de contaminá-la, caso eu tivesse algo mais sério, algo que não suportaríamos sem assistência, algo que.

*****


A última noite dentro de casa foi de preparativos para a viagem. Carmem esforçava-se em deixar tudo arrumado, enquanto eu mantinha-me aquecido e pouco falava, para manter alguma energia e não comprometer o nosso trajeto. Na manhã seguinte, notei que ela se levantou mais cedo e sussurrou algo como "estou indo comprar antitérmicos, aspirinas e garrafas de água mineral". Sonolento, fiz que sim com a cabeça e tratei de permanecer deitado. Passados alguns instantes, precisei ir ao banheiro. Levantei vagarosamente da cama, mas sentia-me ainda muito fraco. Estava calmamente colocando os pés no tapete e tomando impulso para levantar o corpo inteiro, quando não dei por conta que, de súbito, fui invadido por uma onda de calor, um ar sufocante que inflava meu peito e subia para a garganta rapidamente, de forma que em poucos segundos, meu rosto e cabelos estavam ardendo, e era forte, cada vez mais forte. Mas não havia fogo, só o calor dele; não sabia o que estava acontecendo. Sentia-me impotente, frágil e sozinho: Carmem ainda demoraria alguns minutos para voltar. Comecei a gritar seu nome, mas fora inútil. Com a nevasca dos dias anteriores, as ruas foram interditadas e o caminho a pé era perigoso, sendo que muitas pessoas machucavam-se em quedas nas calçadas - era preciso parcimônia e um motivo muito importante para sair de casa.
Em meio ao delírio daquela sensação pitoresca de sentir-me em chamas, expressei, de relance, um momento de lucidez e força, ao esgueirar-me até o banheiro, resmungando palavras de dor e desespero. Engatinhando, coloquei-me debaixo do chuveiro, esticando meu braço esquerdo o máximo que pude para girar a torneira. A água fria começara a cair sobre mim e em seguida senti como se algo rompesse em meus ouvidos e produzisse um estouro somente dentro de meus tímpanos. Creio ter ficado surdo por alguns instantes, não sei precisar o tempo exato, mas de certo não estava em perfeita audição. Um zunido - que se tivesse que lhe atribuir uma cor, seria metálico - começou a atormentar-me; creio ter sofrido um choque térmico ao sair de debaixo das cobertas e das roupas de lã para o chuveiro de água quase congelante.
Fiquei prostrado, abafando as orelhas com as mãos, urrando de vez em quando de dor e esperando que passasse. Mais além, a sensação de labaredas possuindo minha mente dissipou-se e o ruído em meus ouvidos já não havia de ser nada, desde que Carmem retornasse e não me visse naquele estado e trouxesse meus remédios para que, enfim, pudéssemos embarcar no trem rumo a Toledo, rumo à consulta com seu irmão. Rumo à serenidade de saber que eu estaria convalescendo em poucas horas.
Recordo de estar deitado de lado no chão do nosso banheiro, molhado, tremendo e tomado por uma libertadora sensação de gelo caindo em meus cabelos. Meu êxtase foi tamanho que penso ter ficado ali por horas, inebriado por um conforto duvidoso e uma realidade solitária à minha volta.
Passado certo tempo, escuto passos na escada e um cantarolar feminino que vinha de longe, agora se aproximava de mim. Carmem havia retornado. Senti uma mistura de alívio e preocupação por estar na iminência de ela abrir a porta do quarto, ver-me jogado ao chão do banheiro e apavorar-se, sair aos berros clamando por ajuda ou algo que o valha. "Augusto! Cariño! O que está acontecendo?!" Ouvi alguns "socorro, acudam" em tom de desespero, como se estivéssemos próximos de alguma vizinhança acolhedora, ou de uma vizinhança qualquer, mas morávamos em um local muito afastado do centro de Madrid, onde recolhíamo-nos, sem remorsos, em uma existência pacata e segura.
"Meu peito... os cabelos... era fogo, Carmem. Eu estava queimando". Foi o máximo que pude contar-lhe naquele momento, e na verdade não me lembro de ela compreender o que havia acontecido comigo. Talvez minhas palavras foram ditas em vão, pois recordo de seu olhar, achando que eu quase virara um moribundo, como se não houvesse mais volta para aquela situação. Eu não estava em condições de acalmá-la, de confortá-la, e era tudo o que eu mais queria. A seguraria em meus braços e não desviaria meu olhar dos seus grandes e negros olhos, e em segurança, diria-lhe que sobrevivi e que poderíamos viajar e encontrar seu irmão doutor e curar minha doença misteriosa, para que regressássemos o mais prontamente ao nosso lar de comunhão absoluta, e fugir do frio que estala nossos ossos lá fora. Mas não pude, minha fala me traiu e o processo lento dos meus pensamentos não ordenava uma lógica em minhas palavras. Somente recordo da face assustada de minha devota Carmem e de alguns pingos gelados que despencavam de sua roupa, enquanto me segurava entre as pernas; as gotas em direção ao meu rosto, este já resfriado pela água anterior do chuveiro, e desta forma, não sei por que, mas comecei a pensar que talvez a neve lá fora não fosse tão ruim assim.

30 março 2011

Corda bamba no Twitter

. . "Para a corda bamba não existe ponto final" agora está no twitter! Acessando @paraacordabamba você pode acompanhar diariamente fragmentos dos nossos contos, meus e do Carlos. Sigam-me os bons! . .

25 março 2011

16 março 2011

outrem

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"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma
multidão".

Cesare Pavese

15 março 2011

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“minha liberdade nasceu de tudo o que foi proibido na infância.
minha confiança nasceu de toda oposição na vida adulta.
cresço contrariado.”

- fabrício carpinejar -

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10 passos para ser escritor

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Por Charles Kiefer

1. Ninguém nasce escritor, torna-se escritor. E o que leva alguém a se transformar em escritor é a genética e a cultura. A primeira é destino, a segunda – é conquista. Para a primeira, ainda não temos solução. Para a segunda, basta a vontade, o desejo de ser. Como dizia Jean Paul Sartre, um ser humano será, acima de tudo, aquilo que tiver projetado ser.
2. Vontade sem ação é devaneio. Para de sonhar e age. Escrever é como nadar, como andar de bicicleta – é preciso movimentar os braços, movimentar as pernas. No caso da escrita, é preciso movimentar o cérebro.
3. O melhor exercício para o cérebro é a leitura. Além de nos transformar em escritores, a leitura é importante para a saúde, evita o Mal de Alzheimer.
4. Um escritor não precisa ser um lobo solitário, como pregava Hermann Hesse. Pode – e deve – freqüentar cursos acadêmicos, oficinas literárias. Aliás, hoje em dia, é aconselhável que pretendentes à escritura evitem o romantismo e as idéias feitas.
5. Desde o tempo de Platão e Aristóteles, só há dois tipos de escritores, os idealistas e os materialistas, e não há conciliação entre os dois. Há extraordinários escritores idealistas e péssimos escritores materialistas, e há extraordinários escritores materialistas e péssimos escritores idealistas.
6. Ser um escritor idealista ou materialista é só uma questão de ideologia, de visão de mundo. Evite, apenas, o panfletarismo, que é o uso servil das idéias. Não existe literatura isenta, politicamente. Na estrutura profunda de um texto, a ideologia sempre se manifesta. Na estrutura aparente, ou de superfície, o que importa é a técnica.
7. Só existem bons e maus escritores, no sentido técnico. O que são bons escritores – ainda não sabemos. O que são maus escritores nós o sabemos sobejamente.
8. São maus escritores aqueles que constroem histórias desconexas, de temas inexpressivos e estereotipados, em estilo adiposo, desajeitado, flácido, sem harmonia e sem sutileza, com cenas e situações inverossímeis, compostas com descrições desnecessárias e sem articulação com a narração, e arrematadas com diálogos artificiais e inúteis.
9. Todo escritor é um vir a ser. Acreditar-se pronto e acabado é o princípio da morte autoral. A obra prima pode ser a primeira, a décima segunda ou a última obra de um determinado autor. Quem assina a obra completa é a morte. Enquanto vivo, o escritor é um ser em construção. Por isso, o orgulho e a vaidade são extremamente perigosos. Quem sacraliza o próprio texto pode inventar uma nova religião, mas não uma grande literatura.
10. Um escritor somente é escritor quando menos é escritor, no instante mesmo em que tenta ser escritor e escreve. Na absoluta solidão de seu ofício, enquanto a mente elabora as frases e a mão corre para acompanhar-lhe o raciocínio, é escritor. Nesse espaço, entre o pensamento e a expressão, vibra no ar um ser sutil, fátuo e que, terminada a frase, concluído o texto, se evapora. Nesse átimo, o escritor é escritor. Aí e somente aí. Depois, já é o primeiro leitor, o primeiro crítico de si mesmo e não mais escritor.
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04 março 2011

Prenhes I

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Em tempos de espera
Mais caro é o tempo que não anda
De todos os tempos
É este que lhe mata

Esquecidas I

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Passando o dedo sobre,
mal lembra o dia
em que ela apareceu:
esta cicatriz.

23 fevereiro 2011

Impossíveis I

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Mexo
no beiço
como se barba
tivesse
até o queixo
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23 janeiro 2011

Para a corda bamba não existe ponto final

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A segunda edição do meu livro e do Carlos Augusto Pessoa de Brum, "Para a corda bamba não existe ponto final" - contos, pirações y otras cositas - chegou e já tenho exemplares para venda! Quem se interessar me avise com seu endereço que envio pelo correio mediante depósito bancário. O valor do exemplar é de RS 20,00.
Uoba!