tag:blogger.com,1999:blog-387108372024-03-05T12:54:22.766-03:00cintilanteSelecionadas tentativas de auto-biografias ficcionais.cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.comBlogger233125tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-87999903411397878302013-05-11T00:03:00.001-03:002013-05-11T00:03:44.886-03:00Texto e martírio: a produção textual pré-adolescente<br />
<span style="background-color: #eeeeee;"><span style="color: #660000;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-indent: 35.45pt;">Escrever
supõe tomar decisões acerca do que será escrito. Como irá escrever, quais
letras serão empregadas, que símbolos são associáveis a uma ideia, e demais
fatores, são elementos diferenciais que qualquer usuário de uma língua, ao
transpô-la ao texto escrito, terá de lidar</span></span></span><br />
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: #660000;"> O processo da
escrita se dá de forma lenta, sendo necessário organizar as letras de maneira
coerente e revisar o que foi escrito. Ainda, lidar com as diferenciações dos
signos entre si, e saber excluir o que não deve ser utilizado. Com o tempo,
este processo torna-se automatizado, implicando economia de memória, o que
simplifica a tarefa, tornando o ato da escrita uma atividade rápida. Mas antes
que haja essa automatização muitas pessoas sofrem com a tarefa de reproduzir de
forma clara e coerente, em texto, uma ideia. É o caso da maioria dos alunos
matriculados nas redes de ensino do país.</span></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: #660000;"> Este ensaio
tem por finalidade expor as maiores dificuldades em termos de escrita,
encontradas em uma turma da sétima série do Ensino Fundamental, analisada
durante estágio de prática de ensino de Língua Portuguesa.</span></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><span style="color: #660000;"><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"> Atribuir um
caráter dificultoso à prática de escrita é por si só problemático, porém real.
Seria natural adolescentes entre 13 e 15 anos de idade não serem ainda capazes
de unir ideias a uma forma específica, criando um texto próprio que expresse
algum tipo de ideia já formada? A dificuldade da escrita estaria inerente a
esta prática? Entendemos por </span><i style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">inerente</i><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
aquilo que está inseparavelmente ligado a alguma coisa ou pessoa. Admitir esta relação
entre a criação de textos e alunos jovens seria por demais pessimista, ainda
que válido, em alguns aspectos, para corroborar tal especulação.</span></span></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><span style="color: #660000;"> O que
se observou foi que a turma em questão, da sétima série, encarava aulas de
redação como um desafio tão grande que era melhor não cumpri-lo devidamente.
Não foi constatado um determinado tipo de aluno que expressava maior interesse
em leitura e/ou em prática de escrita. Nas redações propostas, o que se
observou foi a falta de concentração na tarefa de reproduzir uma ideia através
do texto escrito. A fuga ao tema era uma constante, sendo os textos produzidos
pelos alunos frequentemente um reflexo do que lhes vinha à mente no momento da
escrita. Imaginação não lhes faltava, talvez faltasse estímulo e um pouco de
vontade própria em driblar os lugares-comuns textuais e a pressa em livrar-se
de um exercício, a fim de criarem uma narrativa coesa e coerente, que fizesse
sentido tanto para o aluno que a escreveu, como para mim, professora
estagiária, que solicitei a tarefa ansiando por um determinado resultado.</span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><span style="color: #660000;"><o:p><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> </span></o:p><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Um aluno adolescendo está em fase de transição,
preocupa-se com áreas bem diversas e afastadas do campo da leitura, pelo menos
é o que se pode dizer dos jovens da turma analisada em questão. Ler e escrever textos
ainda configura-se como um ato distante de suas realidades, pois exige um tempo
pelo qual eles não estão dispostos a usar, salvo em assuntos pessoais. </span></span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> A cada produção textual dos alunos, os textos eram
devolvidos a eles, corrigidos, e contavam sempre com anotações e marcações
minhas a respeito do que era preciso melhorar, prestando mais atenção e cuidado
(ex.: parágrafo, acentuação, pontuação, ordenação de ideias etc.), mas pouco se
viu de resultado nisso, pois os alunos não se interessavam nos recados ou nas
dicas escritas no quadro, eventualmente, em outras aulas, a fim de melhorarem
suas escritas, alertando para erros comuns a todos da turma. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Em determinada aula, foi destacado o fato de que
praticamente 100% dos alunos escrevia “de repente” de maneira incorreta: <i>derepente</i>. Ao alertá-los, foi ensinada a
forma correta e o porquê de serem duas palavras escritas separadamente. Em
textos futuros destes mesmos alunos, o que se notou foi um índice de queda de
erros em relação à grafia destas palavras, porém muitos não assimilaram a
explicação devidamente, continuando a escrever “derepente” em suas redações e
demais exercícios que exigiam a produção escrita. Não houve, por parte deles,
um interesse maior em entender o que se estava lendo, e reproduzir isso, em
forma de texto, corretamente. Os jovens da sétima série analisada não
creditavam valor às práticas de escrita, consideradas um verdadeiro martírio
àqueles que estavam sem inspiração para elaborar uma história que se
relacionasse com a temática, proposta sempre antes de iniciar a tarefa. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Outro aspecto relevante a ser destacado é o da
motivação e o de instigar o aluno a pensar a respeito do que vai escrever.
Possuindo tempo suficiente, o discente poderia concentrar-se, elaborar uma
história, relacionando-a com o que foi solicitado, escrever um rascunho, e,
posteriormente, já revisando seu trabalho, passá-lo a limpo para ser entregue à
professora. Infelizmente, não há estímulo por parte dos adolescentes em
produzir um texto nestes moldes, pelo menos não foi o constatado durante a
prática de ensino. Pouquíssimos revisavam o que escreviam, contudo alguns até
solicitavam a outros colegas que lessem para si, dando opiniões, antes de
entregá-lo pronto. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Poucos alunos atinham-se aos temas e às normas,
pensando serem gramaticalmente válidos textos escritos em linguagem popular,
quase a mesma usada para <i>falar</i> algo.
Muitas vezes foi chamada a atenção para a diferença entre a língua falada e a
língua escrita, e quando era possível ou não utilizá-las. É importante introduzir
aos alunos, desde cedo, a compreensão da variação linguística como fator que
auxilia no entendimento do uso da língua. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> A influência da oralidade na redação dos alunos
também destaca-se aqui, já que a grande maioria transcrevia as palavras da maneira
como as falava. Os obstáculos mais evidentes nas redações analisadas foram
ortografia, sintaxe e níveis de coesão e coerência, chegando a um nível de
“oralidade” nos textos escritos maior do que o esperado para jovens já com
capacidade de assimilar leituras e palavras corretas.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Todavia, para estimular os alunos, é preciso
corrigir seus erros gramaticais, mas, também, ensiná-los como evitar certos
“deslizes” no uso da língua, não somente apontar o que de errado continua-se
fazendo, mesmo com orientações anteriores. É importante passar ao aluno a ideia
da língua como um elemento cultural necessário para a comunicação entre os
povos, arraigado por normas e técnicas de cada região, mas passível de sofrer
adaptações e mudanças ao longo do tempo, de acordo com o seu uso.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><span style="color: #660000;"><o:p><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> </span></o:p><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> Faz-se necessário alertar que a maior crítica do
ensino de línguas ocorre por parte do grupo docente, sempre em relação à falta
de interesse de seu grupo de alunos, ocasionando um enorme desgaste na
profissão de lecionar, fator este também relacionado à falta de condições
necessárias para o ensino e salários que não suprem as necessidades dos
profissionais, culminando, muitas vezes, em uma sobrecarga de trabalho. Estes
são fatores que estão paralisando professores em todo o país, os impedindo de
colocar em prática aquilo que aprenderam em seus cursos superiores, e
frustrando expectativas básicas de um profissional em início de carreira, que
já prefere “estacionar” seu conhecimento inovador ao deparar-se com as
dificuldades presentes na profissão, desestimulando tanto a si mesmo quanto aos
próprios alunos, afetados por aulas repetitivas, onde o ensino da norma culta
da língua vem antes de qualquer outro aspecto.</span></span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Teoria semelhante a estas queixas é encontrada em
Fernandéz (1994), que destaca a reclamação como “lubrificante da máquina
inibitória do pensamento”, usada por muitos professores para descrever ou fazer
uma análise que supostamente corresponderia à de suas realidades. Contudo, o
problema “consiste na crença equivocada de que se está usando o juízo crítico,
de que se está pensando ou analisando a situação, quando somente se está
convalidando a situação”, ou seja, a crítica pode ser entendida aqui como
elemento que imobiliza o sujeito, ao invés de ajudá-lo. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> É preciso compreender se o comportamento dos alunos
é simplesmente falta de interesse ou se há razões maiores por detrás de
atitudes de jovens que não se comportam de maneira satisfatória, atraindo para
si lacunas de conhecimento, ocasionadas também pelo ensino ordinário nas
escolas brasileiras. Para tanto, precisa-se evitar que esta realidade em que se
encontram docentes e discentes torne-se um discurso de <i>outrem</i>, sempre passível de arrecadar mais um atuante, tornando-se o
tema de um tema. Na concepção de Bakhtin (1997), este discurso ocorre <i>ad nauseam </i>(argumento por repetição),
estando dissociado de seu contexto narrativo, de sua origem e fim, e até mesmo
do lugar no qual cabe sua transmissão.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><span style="color: #660000;"><o:p><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> </span></o:p><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A frequência em uma escola, lecionando Língua
Portuguesa a uma turma da sétima série, fez crescer o meu interesse na rede de
ensino público do país - não destacado anteriormente neste ensaio, mas que deve
ser considerado no entendimento de uma rotina de sala de aula.</span></span></span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Reunindo diversos perfis de alunos, desde os mais
problemáticos em se tratando de personalidade, situação financeira da família,
e relacionamento com os demais colegas, um colégio mantido com verbas públicas
apresenta-se muitas vezes como a única alternativa desses estudantes em busca
de um futuro melhor e de uma posição social, de acordo com nossos costumes.
Atrair a problemática do ensino para as discussões entre pais, mestres e afins
é de vital importância para que se continue pensando em como educar melhor
nossos alunos. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Através da experiência de análise e leitura
constante de produções textuais dos alunos, do amadurecimento de linguagem e de
suas próprias vidas, foi possível sentir até que ponto nossos conhecimentos
teóricos são aplicáveis dentro da sala de aula. Não há como pensar em formação
de professores sem antes permitir o contato entre o então aluno universitário
com seu novo grupo de discentes. É um período de aprendizado e ensinamento, e
não é possível imaginar o que ocorre com os alunos de determinada série escolar
sem antes ter estado em uma sala de aula. </span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Também é relevante ressaltar que os erros na
escrita dos alunos estão se automatizando. Com as facilidades proporcionadas
pelos inventos da tecnologia, o exercício de praticar um texto está cada vez
mais distante da realidade dos jovens, que, através da Internet e da
banalização dos programas televisivos,
entram em contato desde muito cedo com fórmulas prontas e bitoladas de
cultura. Primordialmente, isso os afasta muito do grande aliado de um bom
escritor: o livro. Não há melhor método de ensino de escrita do que o de
indicar boas leituras. Através do hábito de ler, o aluno adquire conhecimento
de mundo, de linguagem e mais do que isso, de vocabulário.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent2" style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; color: #660000; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"> Em suma, quanto mais automatizado o erro estiver na
escrita do aluno, mais difícil torna-se a sua reversão, e mais complicada fica
a assimilação da forma correta. A investigação desses casos durante o processo
de aprendizagem de crianças e adolescentes torna-se assunto sério para os novos
educadores, que precisam avaliar constantemente seus alunos na busca de um novo
patamar de entendimento de língua materna, transformando teorias universitárias
em práticas de ensino possíveis.</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="text-align: right;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><span style="line-height: 24px;"><i>Ensaio escrito em 2011, durante estágio obrigatório de prática de ensino para conclusão do curso de Licenciatura em Letras.</i></span></span></div>
cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-57566923721407496252013-02-09T18:37:00.002-02:002013-02-09T18:45:26.850-02:00Valorize o trabalho do Revisor de Texto! <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt2EaLvTOps-igQx3ktHOFTsd6tuXEegg6lq4jRjjw_dDyXBJDNHJuKwFSdcHtf9PQTIvnDnVFpK1rsFpUSKggm3Otv54Hv_YmJmBrK9D9urQ3A7o11ofaV0EX2n3nWZ1qFReEnw/s1600/falabf1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt2EaLvTOps-igQx3ktHOFTsd6tuXEegg6lq4jRjjw_dDyXBJDNHJuKwFSdcHtf9PQTIvnDnVFpK1rsFpUSKggm3Otv54Hv_YmJmBrK9D9urQ3A7o11ofaV0EX2n3nWZ1qFReEnw/s320/falabf1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Jornal Fala Bom Fim - Ed. Nov/2012</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGwPhfAkLXTooqu-reVAHpZltR29XtGKd73637i5gh3WLGy9B691lUdbenlMk_uas0tZ74x_8YwwfskF5iilo_Nm6qsD4PBfPc7WS6agesCp4Y7UcB05dIy1X8tdkbhW_Lcp9_yA/s1600/falabf2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGwPhfAkLXTooqu-reVAHpZltR29XtGKd73637i5gh3WLGy9B691lUdbenlMk_uas0tZ74x_8YwwfskF5iilo_Nm6qsD4PBfPc7WS6agesCp4Y7UcB05dIy1X8tdkbhW_Lcp9_yA/s320/falabf2.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O Fala Bom Fim é um periódico que abrange os bairros Bom Fim, </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Independência, Moinhos de Vento e arredores.</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzHtnEzZbIl-akMDH70tA_hm83JdfvSHL40By43cOPIHvp6Qib6FG6GVy93WWVMgJrzdUmNxklahzVgIPzd9ppUOwdZPzCHE5GqGCPtfYnQlpomENp0vt0vUxPcmPZtu8OmYsFzw/s1600/falabf3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzHtnEzZbIl-akMDH70tA_hm83JdfvSHL40By43cOPIHvp6Qib6FG6GVy93WWVMgJrzdUmNxklahzVgIPzd9ppUOwdZPzCHE5GqGCPtfYnQlpomENp0vt0vUxPcmPZtu8OmYsFzw/s320/falabf3.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Com mais de 30 mil cópias de tiragem, a publicação conta com jornalista-responsável, </span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">editor, colaboradores de redação e diagramadores.</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoCDiYCJoAhcdIkWGD6qFd2eYlfk_IyBG31kzq7U4WfLlcZEpDbEw162bYJbQrAwH0LPq5cCKJCOTEJr99w13zjU70JbPqg03z3OEOR_BKAK1GfwPCJy-yd-OkCQsyH3UIkDJnqQ/s1600/falabf4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoCDiYCJoAhcdIkWGD6qFd2eYlfk_IyBG31kzq7U4WfLlcZEpDbEw162bYJbQrAwH0LPq5cCKJCOTEJr99w13zjU70JbPqg03z3OEOR_BKAK1GfwPCJy-yd-OkCQsyH3UIkDJnqQ/s320/falabf4.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No entanto, em seu expediente, não consta um revisor de texto.</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2uUTdUq9yhHjVQNnBUuc1npiGw9gDsOEWcMy2ky-s38j-UxxGe6NGoLgiPtL8NJzTMpMUSzJG_KkO65wajhEOVRCKrDJYfuqrSnT3N90UUVhjcibxt916Mu9czEtECmpIhQ0aQ/s1600/falabf5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf2uUTdUq9yhHjVQNnBUuc1npiGw9gDsOEWcMy2ky-s38j-UxxGe6NGoLgiPtL8NJzTMpMUSzJG_KkO65wajhEOVRCKrDJYfuqrSnT3N90UUVhjcibxt916Mu9czEtECmpIhQ0aQ/s320/falabf5.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Certo dia, recebi o exemplar gratuitamente em minha caixa de correio e resolvi "dar uma lida".</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK4bbPIB22nv0NenhIcXFOJihLDm2w0sdBCktYHzcKthkjSPJRKDLingtXVzBIKhmUl28J-fPsY8199kRdhVqnpVwYDB5adaPGAVo67z5-r0tYPvUIbPcTY3PmKSBlWHo61bV16g/s1600/falabf6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK4bbPIB22nv0NenhIcXFOJihLDm2w0sdBCktYHzcKthkjSPJRKDLingtXVzBIKhmUl28J-fPsY8199kRdhVqnpVwYDB5adaPGAVo67z5-r0tYPvUIbPcTY3PmKSBlWHo61bV16g/s320/falabf6.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A revisão, automática, foi inevitável.</span> </td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjngE4MPGi9swf275WzcQbTdBqo2LrIBN1hdoWAn4Puofkm5v9CPnPMN4XzRynpe0Ev190UdGhuqMINM-KHsteizM9rrPfdGliAd797OVOtngHrytvsoK5nn7KWO-RfQdCM7pxugA/s1600/falabf7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjngE4MPGi9swf275WzcQbTdBqo2LrIBN1hdoWAn4Puofkm5v9CPnPMN4XzRynpe0Ev190UdGhuqMINM-KHsteizM9rrPfdGliAd797OVOtngHrytvsoK5nn7KWO-RfQdCM7pxugA/s320/falabf7.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O jornal, que possui somente 8 páginas, estava repleto de erros de digitação e ortografia em pelo menos 7 delas - exceto a capa. </span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><i style="color: red;">Contatado (e alertado) por e-mail, o jornalista e editor responsável pelo Fala Bom Fim não manifestou nenhum tipo de resposta, até então.</i></i></span></div>
<br />
<div>
<br /></div>
cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-42891137157341138132012-06-17T15:41:00.000-03:002012-06-17T15:43:58.967-03:00Uma análise das imagens mitopoéticas em obras de Jorge Luis Borges<div class="p1" style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">*<br /> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"> Em seu livro, <i>Diálogos, </i>o então jornalista, Orlando Barone, conseguiu reunir no ano de 1974, no antigo apartamento da pintora uruguaia Renné Netinger, na Rua Maipú, em Buenos Aires, os escritores Jorge Luis Borges e Ernesto Sabato, velhos amigos (desentendidos por uma rixa política), para viabilizar a organização de sua obra. Os assuntos discutidos foram desde o tango e a admiração de Borges pelos Beatles, à paixão em comum por autores como Cervantes, Flaubert e Kafka. </span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> Os “diálogos” ali reunidos não nos fazem lembrar somente do século passado, um tempo cada vez mais distante, mas também de uma época em que a literatura assumia compromissos de vocação, e essas mesmas palavras possuíam outros sentidos.</span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> Em uma das conversas, registradas por Barone em seu vetusto gravador <i>General Eletric</i>, e transcritas em sua antiga máquina de escrever <i>Corona</i> – que estampou os originais dos textos – Borges fala do comprometimento com a emoção superando a intelectualização quando da construção de um poema, assim expressando-se: </span></div>
<div class="p2" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="p3" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Há uma ideia de Poe de que um poema é uma construção intelectual, e é totalmente falsa. É possível, mas não corresponde à literatura. Se em um poema não há emoção prévia, tampouco há necessidade de escrevê-lo. Finalmente, todo grande poeta instintivo nos deixou, quase sempre, os piores versos que alguém possa imaginar, mas também, alguma vez, os melhores (BORGES, In: DIÁLOGOS, 2005, p. 78).</span></div>
<div class="p4" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> Em seus textos, Borges faz o leitor adentrar um universo labiríntico, onde cada linha faz costura com outros textos e com textos seus próprios, nos quais se perde a sensação de tentar definir a leitura; cada elemento é uma tela com linhas infinitas, que por sua vez, criam um tecido infinito de conclusões, as quais só são possíveis de se chegar através de nossos instintos, como afirmado pelo próprio escritor. Neste momento, é possível atribuir a semelhança contida tanto em seus poemas, como em suas narrativas mais longas, os contos, através do afirmado nas conversas com Sabato. A “emoção prévia” de que trata, pode se conjurar na tentativa de (des)racionalizar o mundo que lhe serve de inspiração. A criação de símbolos em seus textos configura o seu modo de “ver” (aspas justificadas pelo fato de que, quando escreveu muitas de suas obras, Borges já estava tomado pela cegueira, que iniciou em meados de 1955) a realidade no momento de suas criações.</span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> A utilização de recurso mitopoético em suas imagens-símbolos permeia praticamente toda a sua literatura. É comum nos depararmos com rios, espelhos, bibliotecas, tigres, labirintos, espadas, entre outros no decorrer de uma escrita borgeana. A ideia de infinito também é recorrente, sendo o conto <i>A Biblioteca de Babel</i> (presente no livro “Ficções”, primeira edição de 1941) um representante voraz desta característica. É lá, na Biblioteca, que Borges pensou o Universo em sua infinitude, cercado por galerias que mantêm milhares de prateleiras que contêm os mais diversos títulos. Na realidade do conto, não há assunto ou problema que não possa ser encontrado em alguma obra. Entende-se que o mundo é ilustrado na forma de vida das pessoas que estão dentro da Biblioteca, se é que existe, para o enredo, um “fora dela”. Lá a raça humana – a única – compartilha de imperfeições, agonias, tristezas e também felicidades, mas busca-se o entendimento e as respostas para enigmas existenciais (criação do mundo – neste caso, da Biblioteca –, do tempo, do homem...) através dos livros. Cada prateleira contém trinta e dois livros de formato uniforme; cada livro tem quatrocentas e dez páginas; cada página, quarenta linhas; cada linha, umas oitenta letras de cor negra (BORGES, 2007, p. 70). Os protagonistas da história, os livros, são ao mesmo tempo causadores de discórdia e redenção, e não há na Biblioteca sequer um livro igual ao outro: são únicos e insubstituíveis, porém é comum encontrar volumes que somente não se assemelham por completo devido a uma letra ou vírgula. </span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> É com esse caráter minucioso de quem está prestes a criar um mundo novo, porém já conhecido (uma biblioteca, por exemplo), que desvendamos o estilo de escrita de Borges, preocupado com a entrega de uma história que passa pelas mais diversas emoções do ser humano, que o faz querer acreditar no que também não pode ver. Como ele mesmo afirma, em seu conto <i>Zahir</i>, tudo no mundo está dividido em duas partes, das quais uma é visível e a outra invisível. Aquela visível não é mais que o reflexo do invisível (BORGES, 2008). </span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> O escritor e professor Charles Kiefer, em sua tese de doutorado, menciona que Borges nos ensinou que a literatura não é meramente uma imitação da realidade e sim, uma <i>outra </i>realidade, irmã do sonho, do devaneio, do delírio, e que os personagens, assim como os enredos do escritor argentino, são labirínticos e espelhados: “(...) eu prefiro sonhar que as superfícies polidas figuram e prometem o infinito...” (BORGES, 2007, p. 69).</span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> Em uma das obras que servirá de base para análise posterior a este Projeto de Monografia, o autor argentino parece querer construir uma espécie de metáfora do caráter instável da literatura como um todo, ao batizar um de seus contos de “O Livro de Areia”, pois não se sabe de onde vem este livro. Em uma abordagem diferente, este escrito borgeano parece uma metalinguagem de sua própria obra. Neste conto, logo no início nos deparamos com a afirmação:</span></div>
<div class="p3" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="p3" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">A linha consta de um número infinito de pontos, o plano, de um número infinito de linhas; o volume, de um número infinito de planos, o hipervolume, de um número infinito de volumes... Não, decididamente não é este, <i>more geometrico</i>, o melhor modo de iniciar meu relato. Afirmar que é verídico é, agora, uma convenção de todo relato fantástico; o meu, no entanto, é verídico (BORGES, 1984, p. 115).</span></div>
<div class="p5" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="p1" style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-tab-span"></span> Essa imagem realça a ideia de labirintos infinitos onde nos perdemos através de uma leitura em que os caminhos nunca são planos, ou retos. Sempre nos conduzem para a junção onde realidade e ficção misturam-se; uma poderosa literatura que nos insere em imagens fortes, em símbolos que nos fazem perguntar se estamos diante de personagens fictícias ou de memórias reais. Suas citações e referências constroem um passeio pela história da humanidade, enquanto as areias infinitas do tempo escorrem através de nossa percepção finita. Borges, no entanto, parece ter acumulado conhecimento suficiente para beirar o absurdo em sua erudição. Por meio de seus símbolos imaginativos e universais, podemos enxergar um caráter coletivo, dos pontos de vista sociológico, antropológico e psicológico. Contudo, cada um deles se individualiza e forma uma dimensão simbólica, na qual, muitas vezes, cabe somente a própria realidade do autor. </span><br />
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">_________</span><br />
<br />
<div class="p1">
<b><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Referências</span></b></div>
<div class="p2">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><b></b></span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">BORGES, Jorge Luis. <b><i>Ficções</i></b>. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.</span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">BORGES, Jorge Luis. <b><i>O Aleph</i></b>. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.</span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">BORGES, Jorge Luis & SABATO, Ernesto. <b><i>Diálogos</i></b>. Organização: Orlando Barone. São Paulo: Globo, 2005.</span></div>
<div class="p1">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">KIEFER, Charles. <b><i>A poética do conto</i></b>. Porto Alegre: Nova Prova, 2004.</span></div>
<br />
<span style="color: #444444; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #999999; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>(Texto-parte da Fundamentação teórica do meu Projeto de Monografia)</i></span></div>
</div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-62836817958937524362012-02-21T22:14:00.000-03:002012-02-21T22:14:08.410-03:00<br />
<i><span style="color: #666666;"><b>AFTERGLOW</b></span></i><br />
<span style="color: #666666;">Sempre é comovedor o ocaso </span><br />
<span style="color: #666666;">por indigente ou charro que seja </span><br />
<span style="color: #666666;">porém mais comovedor ainda </span><br />
<span style="color: #666666;">é aquele brilho desesperado e final </span><br />
<span style="color: #666666;">que enferruja a planície </span><br />
<span style="color: #666666;">quando o sol último afundou. </span><br />
<span style="color: #666666;">Nos dói suster essa luz intensa e distinta, </span><br />
<span style="color: #666666;">essa alucinação que impõe ao espaço </span><br />
<span style="color: #666666;">o unânime medo da sombra </span><br />
<span style="color: #666666;">e que cessa de repente </span><br />
<span style="color: #666666;">quando notamos sua falsidade, </span><br />
<span style="color: #666666;">como cessam os sonhos </span><br />
<span style="color: #666666;">quando sabemos que sonhamos.</span><br />
<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #351c75; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Extraído do livro de poemas <i>Fervor de Buenos Aires</i>, de Jorge Luis Borges; 1923.</span></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-82193353356682134952011-11-14T14:50:00.001-03:002011-11-14T14:53:13.955-03:00Sessão de autógrafos Poemas no Ônibus e no Trem - 57ª Feira do Livro de Porto Alegre (13.11.11)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZT8jRfTUKFS0JBE_VFju0CsjPD9AffIEiHJucVKb2Zw5TeGWT0gdoEO10Wg-AhZNu2H2YHMTrI9MBdappUQxgKoNtpOrPK8m7-qMUW7F-CzEqascUJkkfDBvCzTtvr56M8fdYg/s1600/DSC03235.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEZT8jRfTUKFS0JBE_VFju0CsjPD9AffIEiHJucVKb2Zw5TeGWT0gdoEO10Wg-AhZNu2H2YHMTrI9MBdappUQxgKoNtpOrPK8m7-qMUW7F-CzEqascUJkkfDBvCzTtvr56M8fdYg/s320/DSC03235.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvYsuFaHMuLwG6xCFgUY2-7oIb_Rk1QKoK-NREjptCIx1Mhuizib3BJD_mwhcsEhsvy6ZJPMyjuvBPW-LKSlppqNkCtNy85WicwtfOOkLsEIVb56kcu5lZ8PI7BgpmbFeq8AG_-Q/s1600/DSC03245.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvYsuFaHMuLwG6xCFgUY2-7oIb_Rk1QKoK-NREjptCIx1Mhuizib3BJD_mwhcsEhsvy6ZJPMyjuvBPW-LKSlppqNkCtNy85WicwtfOOkLsEIVb56kcu5lZ8PI7BgpmbFeq8AG_-Q/s320/DSC03245.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhld56e9RQ_IkY0hnyvmCb0CHWm8WyReHYmOWG3nQ3F6N6BDJkLUqpvR9uaqwABchdxIvqmue7msJ6Eqn5gqT6-oYgkTxTApBOQcB5y7rQLGtppSEjB2t3fvk2cyvW82LNBCXIsmQ/s1600/DSC03247.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhld56e9RQ_IkY0hnyvmCb0CHWm8WyReHYmOWG3nQ3F6N6BDJkLUqpvR9uaqwABchdxIvqmue7msJ6Eqn5gqT6-oYgkTxTApBOQcB5y7rQLGtppSEjB2t3fvk2cyvW82LNBCXIsmQ/s320/DSC03247.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8JO8aBTJcITUds1uZFuRXq5wubSdAGnnUZ9g1CD5-KBi2vPJbT69V0bi9zT1MWdVRn00eL0bm5zW7CVvvMevMkG_X8gFq4bltNtCdrNitmakSX4kQC33lwO30Y82CH5t_yTe7dQ/s1600/DSC03226.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8JO8aBTJcITUds1uZFuRXq5wubSdAGnnUZ9g1CD5-KBi2vPJbT69V0bi9zT1MWdVRn00eL0bm5zW7CVvvMevMkG_X8gFq4bltNtCdrNitmakSX4kQC33lwO30Y82CH5t_yTe7dQ/s320/DSC03226.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsRknbcH5fFaYTUMMvQEr6AHuycS0yoCY8smip4-b4BE4vDmESWSbn63EXb9tEIC6ea1huA6FUaGpenTLpKLC0XWM1nfiJe5zLZl0DpBgVLNQSM_euL23MPI5d42cfLhkGWkUdnw/s1600/DSC03218.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsRknbcH5fFaYTUMMvQEr6AHuycS0yoCY8smip4-b4BE4vDmESWSbn63EXb9tEIC6ea1huA6FUaGpenTLpKLC0XWM1nfiJe5zLZl0DpBgVLNQSM_euL23MPI5d42cfLhkGWkUdnw/s320/DSC03218.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBjMFRSzDOmteM7hK_8zg54QmfXvu3D2-wVlW0cEQAffQss_x25WXiF-3Rz1wg3upLaT8ecbF78rNZ3BdY4hIyOFVVplA81hHn1fwlt8REybIfZkW4WKlRFJZXCO-QTYA9AzpCvg/s1600/DSC03257.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBjMFRSzDOmteM7hK_8zg54QmfXvu3D2-wVlW0cEQAffQss_x25WXiF-3Rz1wg3upLaT8ecbF78rNZ3BdY4hIyOFVVplA81hHn1fwlt8REybIfZkW4WKlRFJZXCO-QTYA9AzpCvg/s320/DSC03257.JPG" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi68cBJPPWacx_fMgl6cIxRIf9i941VXd6-Jl0QqrV0zliRWLNZU1WvU3NNDRV_KDrLkR95hjIDRYfI80-Q69HJjVr57ISCybgYPqJgoibSqCpvz2piUveM0sKRWOcT967OWUhKDg/s1600/DSC03259.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi68cBJPPWacx_fMgl6cIxRIf9i941VXd6-Jl0QqrV0zliRWLNZU1WvU3NNDRV_KDrLkR95hjIDRYfI80-Q69HJjVr57ISCybgYPqJgoibSqCpvz2piUveM0sKRWOcT967OWUhKDg/s320/DSC03259.JPG" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsJijDzF_dAKWLkDjJtd1J84pUM1nNuS8AZPTQcU-9u_tgktQOhjZWFmtJlxxbAdReEoICR5izayiYOo4w4WvzdW4RglUP1Vmd9ra0Nr0KDNQTxHqTtWeec8EiQ8PAyZQAMajATw/s1600/DSC03262.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsJijDzF_dAKWLkDjJtd1J84pUM1nNuS8AZPTQcU-9u_tgktQOhjZWFmtJlxxbAdReEoICR5izayiYOo4w4WvzdW4RglUP1Vmd9ra0Nr0KDNQTxHqTtWeec8EiQ8PAyZQAMajATw/s320/DSC03262.JPG" width="180" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKNetbZH-zwdu3KaE0PyD4PjC2KlrOmhIVFs8R573GEMYn5ZzS03EBgqCo-eEIdynxynzYjUcks-8cb2t4s8_itOFAvGwnHS99kqv1MCOWZCQfwIBDJrZYd26lFHMYDLfdhxlag/s1600/DSC03263.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKNetbZH-zwdu3KaE0PyD4PjC2KlrOmhIVFs8R573GEMYn5ZzS03EBgqCo-eEIdynxynzYjUcks-8cb2t4s8_itOFAvGwnHS99kqv1MCOWZCQfwIBDJrZYd26lFHMYDLfdhxlag/s320/DSC03263.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCVk9sa0ZboNQCWEeTcL7D6c-1J9lwtpVW4DFVK2y9QPXNvJ71s4pBO57pfWxenSB9c-8oFH28riZ7aB4mamMUB15ayUCRIfvfgQXeBkCLioETqywG7fSgtq8Ikt1RURqYv_koIQ/s1600/DSC03265.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCVk9sa0ZboNQCWEeTcL7D6c-1J9lwtpVW4DFVK2y9QPXNvJ71s4pBO57pfWxenSB9c-8oFH28riZ7aB4mamMUB15ayUCRIfvfgQXeBkCLioETqywG7fSgtq8Ikt1RURqYv_koIQ/s320/DSC03265.JPG" width="320" /></a></div>
<br />cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-58469900329020133422011-11-08T16:34:00.002-03:002011-11-08T16:34:56.370-03:00Lançamento Poemas no Ônibus - 57ª Feira do Livro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWn3WeK4K8rCMlwa3mMVC6xRicPEXi5j_ALrBOwvjHJS9Htq40XmR5XGBafasusZa_bP2cjFcGHv6ZCv9vWQeHdx2l3vAOD1T4Z8TNZ2ixIjTwfqVAGhacE4fKNV4NTYNJn_nc7A/s1600/convite+poemas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: right;"><img border="0" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWn3WeK4K8rCMlwa3mMVC6xRicPEXi5j_ALrBOwvjHJS9Htq40XmR5XGBafasusZa_bP2cjFcGHv6ZCv9vWQeHdx2l3vAOD1T4Z8TNZ2ixIjTwfqVAGhacE4fKNV4NTYNJn_nc7A/s400/convite+poemas.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: #0b5394; color: #bf9000; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Neste domingo, estaremos autografando a coletânea dos poemas que estão circulando pelos ônibus e trens da cidade!</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: #0b5394; color: #bf9000; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">O evento de lançamento do livro ocorrerá às 18h no Memorial do RS.</span></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-4276158785774710842011-09-30T21:51:00.003-03:002011-09-30T21:54:56.066-03:00"O espelho" na Feira do Livro<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><b>.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><b>.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><b>Além da publicação em "Contos do fim do mundo", <i>O espelho</i> entrará para a antologia de contos "Assombros Juvenis", editada pela CORAG e com lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre, ainda neste ano!</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><b>Abaixo a lista dos selecionados pela Confraria Reinações, que promoveu o concurso literário de contos voltados para o público infanto-juvenil:</b></span></div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="http://confrariareinacoes.blogspot.com/2011/09/vencedores-do-1-concurso-literario.html"><span class="Apple-style-span" >http://confrariareinacoes.blogspot.com/2011/09/vencedores-do-1-concurso-literario.html</span></a></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-6929142647170946222011-08-23T09:42:00.005-03:002011-08-23T09:57:01.953-03:00Novas publicações - Cíntia Perin<div align="justify"><strong><span style="font-family:Arial;font-size:130%;color:#333333;">.</span></strong></div>
<br />
<br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#000000;">Mais uma vez selecionada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, do Rio de Janeiro!</span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#000000;">Desta vez publicarei dois poemas e um conto, ainda inédito aqui no blog.</span></div>
<br />
<br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#6666cc;"><span style="color:#000000;">As antologias são:</span> <span style="color:#cc0000;"><strong>"<em>Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 81</em>"</strong></span>, <span style="color:#333333;">com o poema</span> <strong><em><span style="color:#cc66cc;">"Noite em vidro"</span></em><span style="color:#333333;">;</span></strong> </span><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#6666cc;"><em><span style="color:#cc0000;"><strong>"Roda Viva - Seleta de Poesias 2011"</strong></span></em><span style="color:#333333;"><strong>,</strong> com o poema</span><em><span style="color:#cc66cc;"> <strong>"O que de tanto é"</strong></span></em><span style="color:#333333;"><strong>;</strong> </span></span><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#6666cc;"><span style="color:#333333;">e</span><strong> <em><span style="color:#cc0000;">"Contos do Fim do Mundo</span><span style="color:#cc0000;">"</span></em></strong><span style="color:#333333;"><strong>,</strong> com</span> <span style="color:#cc66cc;"><strong><em>"O espelho"</em>. </strong></span></span></div>
<br />
<br />
<br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#6666cc;"><strong></strong></span></div>
<br /><div align="justify"><span style="font-size:130%;"></span></div>
<br /><div align="right"><span style="font-size:130%;"><span style="color:#333333;"><strong><span style="font-family:arial;">No link é possível ler "O espelho", a sair na antologia em setembro/2011:</span></strong> </span></span><a href="http://www.camarabrasileira.com/cfm11-013.htm"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#ff0000;"><strong><em>http://www.camarabrasileira.com/cfm11-013.htm</em></strong></span></a></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-63914392107803903442011-08-12T10:51:00.002-03:002011-08-12T10:55:39.236-03:00Conto publicado n'O Livreiro<div align="right"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;">.</span></strong></div>
<br /><div align="right"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;">.</span></strong></div>
<br /><div align="right"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;">O Livreiro está com uma proposta muito legal de divulgação do site, que entra no ar em setembro! Mande seu conto para ser publicado no blog!</span></strong></div>
<br /><div align="right"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;">Nesta terceira edição, meu conto "<span style="color:#666666;">Pirexia</span>" entrou no ar. Confira em: </span></strong><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#666666;"><em></em></span></strong></div>
<br /><div align="right"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#666666;"><em></em></span></strong></div>
<br /><div align="right"><a href="http://www.olivreiro.net/blog/2011/08/conto-do-leitor-3/"><strong><span style="font-family:verdana;font-size:130%;color:#ff6666;"><em>www.olivreiro.net/blog/2011/08/conto-do-leitor-3/</em></span></strong></a></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-88213188332870751962011-08-03T11:06:00.007-03:002011-08-03T11:34:42.175-03:00"Terrestre" na Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos<div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;">*</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;">*</span></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;">Fui selecionada para publicar um poema na <em><strong>Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos - vol. 80</strong></em>, da <strong>Câmara Brasileira de Jovens Escritores</strong>, do Rio de Janeiro.</span></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;">O lançamento do livro será no dia 20 de setembro.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;"></span></div><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#cc0000;">O poema que entrará para esta edição chama-se "Terrestre", e pode ser conferido abaixo:</span></div><br /><br /><div align="justify"></div><br /><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;"></span></strong></div><br /><br /><div align="center"><strong><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Terrestre</span></strong></div><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;"></span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Abrem-se as portas</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">e o silêncio das brisas mistura-se</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">ao frescor do dia</span></div><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;"></span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Na virada do sol o horizonte</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">penetra em melodias latentes</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">No fundo da pele, um caminhante</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">já sozinho, partiu; deixou-se abismar</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;"></span></div><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Raspando os pés na terra árida</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">ele cumpre a sua jornada</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Soltando as amarras </span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">dos calcanhares</span></div><br /><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;"></span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">Extravasa a existência </span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;font-size:130%;color:#660000;">encontra o céu azul, o fundo do mar:</span></div><br /><div align="center"><span style="color:#660000;"><span style="font-family:arial;"><span style="font-size:130%;"><em>ser </em>humano é contemplar.</span></span></span></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-60379778496871152092011-07-27T11:36:00.000-03:002011-07-27T11:38:21.414-03:00Poema no ônibus<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpJSnuI8wg53ET_BBMa5VsaOjuRJB_O3g1x2QmPkrQUnJmyns899b_lm_2AD6swSoFfTkZbhAmJwZbhTyGncIqYdxoO8BP6z2ovGuF7_QTd2H5wsPm4N1-wOTse7oVnjibpdSTLA/s1600/poema+no+bus.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 256px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5634041253213928994" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpJSnuI8wg53ET_BBMa5VsaOjuRJB_O3g1x2QmPkrQUnJmyns899b_lm_2AD6swSoFfTkZbhAmJwZbhTyGncIqYdxoO8BP6z2ovGuF7_QTd2H5wsPm4N1-wOTse7oVnjibpdSTLA/s320/poema+no+bus.jpg" /></a></p><br /><div align="center"><strong><span style="font-size:130%;">. . .<br /></span></strong></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-82509743685738354872011-07-19T23:22:00.004-03:002011-07-19T23:25:57.402-03:00Poemas no Ônibus<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:180%;"><span style="font-style: italic; color: rgb(204, 102, 204); font-weight: bold;">.<br />.<br />Da condição</span></span>,<span style="color: rgb(51, 51, 51);"> <span style="font-size:130%;"><span style=" font-weight: bold;font-family:arial;" >poema de minha autoria, já circula pelo movimento dos ônibus da cidade de Porto Alegre.</span></span></span><br /></div><br /><div style="text-align: right; font-style: italic;"><span style="font-size:130%;"><span style=" color: rgb(204, 102, 0); font-weight: bold;font-family:georgia;" ><br /><br />Enjoy the ride...</span></span><br /><br /><a style="color: rgb(102, 102, 102);" href="http://biturl.net/bvzv"><span style="font-family:arial;font-size:100%;"><span style="color: rgb(153, 153, 153);">(</span></span></a><a style="color: rgb(102, 102, 102);" href="http://bitURL.net/bvzv"><span style="font-family:arial;font-size:100%;"></span></a><span style="font-family:arial;font-size:100%;"><a class="tweet-url web" rel="nofollow" target="_blank">http://bitURL.net/bvzv</a><span style="color: rgb(153, 153, 153);">)</span></span></div></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-33352878242255486582011-06-21T00:22:00.001-03:002011-06-21T00:24:22.091-03:00Instantâneas II<div style="text-align: right; font-weight: bold;"><blockquote><span style="font-size:180%;"><span style="color: rgb(204, 0, 0);"><br /><br /><span style="color: rgb(102, 102, 102); font-family: georgia;">A</span></span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 102, 204); font-family: georgia;">1</span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Q</span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(153, 153, 255);">em</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 204, 204); font-style: italic;">Paris</span></span></blockquote></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-62806887609702866172011-06-21T00:11:00.002-03:002011-06-21T09:56:51.877-03:00Festa<div style="TEXT-ALIGN: center"></div><br /><blockquote style="FONT-WEIGHT: bold"><br /><div style="TEXT-ALIGN: center"><span style="font-size:130%;"><br /><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><em><span style="COLOR: rgb(255,102,102)">Foram brindes e abraços</span><br /><span style="COLOR: rgb(255,102,102)">os relógios dividiam-se entre</span><br /><span style="COLOR: rgb(255,102,102)">ponteiros e olhadas</span><br /><span style="COLOR: rgb(255,102,102)">houve chuva e as cigarras</span><br /></em></span><span style="COLOR: rgb(255,102,102)"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><em>e os cigarros.</em></span></span><span style="font-family:trebuchet ms;"><em><br /></em></span></span></div></blockquote>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-72669750169932060282011-06-21T00:10:00.001-03:002011-06-21T00:10:58.169-03:00Kai<div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: center;"><blockquote style="font-family: verdana; font-style: italic; color: rgb(153, 102, 51);"><span style="font-size:130%;">*<br />*<br /><br />Folhas secas<br />barulho do amasso<br />pé do caminhante</span></blockquote><br /></div><blockquote></blockquote>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-32841315045586177172011-06-21T00:01:00.004-03:002011-06-21T00:06:41.916-03:00Fim ício<div style="text-align: justify; font-weight: bold; color: rgb(51, 0, 153);"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;"></span></span><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">.<br /></span></span><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;"><br />Todo mundo tem uma boa ideia, em algum momento.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Todo louco se faz entender, por alguma pessoa.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Toda situação possui alguma saída.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Ninguém fica em silêncio quando se está constantemente habitado por multidões.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Vários de meus pensamentos se perderão, por falta de memória.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Alguns de meus amigos morrerão sem me conhecer.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Nossa vida é ampla. Queremos permanecer em nossas tatuagens expostas ao sol.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Meus dedos estão murchando.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Há uma porção de coisas a penetrar em mim, ainda.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Nunca poderei completar todos os vazios. Minha caneta perde a cor.</span></span><br /><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:georgia;">Fiquei sem tinta. Fim.</span></span><br /><br /><br /><span style="font-style: italic; font-weight: normal;">(... começa outra vez)</span><br /><br /><span style="font-weight: normal;"></span><br /></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-61909253174532668882011-06-09T21:31:00.002-03:002011-06-09T21:46:32.530-03:00Fugazes I<div style="text-align: center;"></div><blockquote><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(102, 51, 102);font-size:130%;" >.<br />.<br /><br />Minha personalidade vai instantânea<br />Comentando, argumento<br />Sopro a vida rápido<br />Para onde também caiba este vento<br /></span></div></blockquote>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-6243695843397805282011-06-09T21:30:00.000-03:002011-06-09T21:31:28.797-03:00Semânticas I<div style="text-align: center;"><blockquote style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);"><span style="font-size:130%;">.<br />.<br /><br />Vivo de arte<br /><br />Mas não vivo da arte</span></blockquote><br /></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-83917692504808746932011-05-11T11:26:00.004-03:002011-05-11T12:23:05.001-03:00Pirexia<div align="right"><em><span style="color:#999999;">"Vai cessar o som / A sessão já foi / Despertar é bom / Mas dói"</span></em></div><br /><div align="right"><em><span style="font-size:85%;color:#999999;">(Chico Buarque e Edu Lobo)</span></em></div><br /><div align="justify"><br /><span style="font-family:arial;color:#000000;">Naqueles dias, o tempo estava feio, e ficávamos quase sempre dentro de casa. Lembro-me que nem eu, nem Carmem esboçávamos o intuito de descer até o pátio para pegar lenha. Vivíamos do sofá antigo da sala à nossa cama.<br />"Parece que amanhã o tempo continua assim", ela dizia com frequência e, confesso, eu não procurava alternativa que não a de estar junto dela naquele inverno.<br />Passamos assim por volta de três ou quatro semanas. Estávamos em um período coincidentemente feliz, no qual ambos podiam relaxar de suas obrigações para com o mundo lá fora. Acredito que por não termos nos aliado às horas, essa temporada juntos teve significativo sossego e pôde durar pelo tempo que precisasse.<br />Com o decorrer das semanas, nossas atividades dentro de casa foram reduzindo de tamanho e proporcionalmente aumentando de intensidade. Um simples preparo de café da manhã constituía-se em pelo menos duas horas de empenho e dedicação. </span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:arial;color:#000000;">Em uma dessas manhãs, ainda na cama e pronta para levantar-se e ir até a cozinha torrar os pães, Carmem encostou de relance em minha pele e constatou meu estado febril. "Estás suando frio... Como te sentes? Vou lhe preparar um chá, fique aqui". Neste dia Carmem movimentou-se pela casa em busca de remédios, e procurou manter-me acalorado, enquanto eu sentia meu corpo tomado por alguma infecção, que veio assim, de imediato, e parecia não deixar-me em paz tão cedo.<br />Eu alucinava em nossa cama. Tinha sonhos turbulentos e sentia muita dor em cada osso do meu corpo. Todas as noites, Carmem cobria levemente minha testa com panos umedecidos em água fria, que pareciam dissolver-se no ar ao tocar minha tez abatida pelo calor da febre. A aparência debilitada que eu representava durante este tempo era preocupante.<br />"Acho que precisamos chamar um médico, Augusto". Ela sabiamente indicava.<br />Eu sentia que estava morrendo. Carmem sugeriu de deixarmos a casa e encontrar seu irmão mais velho, um bom doutor infectologista que certamente diagnosticaria corretamente a minha repentina doença. O irmão de Carmem vivia em Toledo, a cerca de trinta minutos de Madrid, mais uns vinte de onde morávamos. "Se formos de trem amanhã à tarde, chegaremos lá ao anoitecer. Vou guardar algumas roupas na mala". Concordei em deixar nossa morada para trás por alguns dias, se fosse preciso. Lembro de sentir uma preocupação constante de definhar pelo meio do caminho. Mas concordei.<br />A neve parecia estar dando uma trégua lá fora, pelo menos até chegarmos em Toledo, então não haveria porque prolongar-me enfermo dentro de casa e aborrecer Carmem por mais uma semana e correr o risco de contaminá-la, caso eu tivesse algo mais sério, algo que não suportaríamos sem assistência, algo que.<br /></span><span style="font-family:arial;color:#000000;"></span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:arial;color:#000000;">***** </span></div><span style="font-family:arial;color:#000000;"><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">A última noite dentro de casa foi de preparativos para a viagem. Carmem esforçava-se em deixar tudo arrumado, enquanto eu mantinha-me aquecido e pouco falava, para manter alguma energia e não comprometer o nosso trajeto. Na manhã seguinte, notei que ela se levantou mais cedo e sussurrou algo como "estou indo comprar antitérmicos, aspirinas e garrafas de água mineral". Sonolento, fiz que sim com a cabeça e tratei de permanecer deitado. Passados alguns instantes, precisei ir ao banheiro. Levantei vagarosamente da cama, mas sentia-me ainda muito fraco. Estava calmamente colocando os pés no tapete e tomando impulso para levantar o corpo inteiro, quando não dei por conta que, de súbito, fui invadido por uma onda de calor, um ar sufocante que inflava meu peito e subia para a garganta rapidamente, de forma que em poucos segundos, meu rosto e cabelos estavam ardendo, e era forte, cada vez mais forte. Mas não havia fogo, só o calor dele; não sabia o que estava acontecendo. Sentia-me impotente, frágil e sozinho: Carmem ainda demoraria alguns minutos para voltar. Comecei a gritar seu nome, mas fora inútil. Com a nevasca dos dias anteriores, as ruas foram interditadas e o caminho a pé era perigoso, sendo que muitas pessoas machucavam-se em quedas nas calçadas - era preciso parcimônia e um motivo muito importante para sair de casa.<br />Em meio ao delírio daquela sensação pitoresca de sentir-me em chamas, expressei, de relance, um momento de lucidez e força, ao esgueirar-me até o banheiro, resmungando palavras de dor e desespero. Engatinhando, coloquei-me debaixo do chuveiro, esticando meu braço esquerdo o máximo que pude para girar a torneira. A água fria começara a cair sobre mim e em seguida senti como se algo rompesse em meus ouvidos e produzisse um estouro somente dentro de meus tímpanos. Creio ter ficado surdo por alguns instantes, não sei precisar o tempo exato, mas de certo não estava em perfeita audição. Um zunido - que se tivesse que lhe atribuir uma cor, seria metálico - começou a atormentar-me; creio ter sofrido um choque térmico ao sair de debaixo das cobertas e das roupas de lã para o chuveiro de água quase congelante.<br />Fiquei prostrado, abafando as orelhas com as mãos, urrando de vez em quando de dor e esperando que passasse. Mais além, a sensação de labaredas possuindo minha mente dissipou-se e o ruído em meus ouvidos já não havia de ser nada, desde que Carmem retornasse e não me visse naquele estado e trouxesse meus remédios para que, enfim, pudéssemos embarcar no trem rumo a Toledo, rumo à consulta com seu irmão. Rumo à serenidade de saber que eu estaria convalescendo em poucas horas.<br />Recordo de estar deitado de lado no chão do nosso banheiro, molhado, tremendo e tomado por uma libertadora sensação de gelo caindo em meus cabelos. Meu êxtase foi tamanho que penso ter ficado ali por horas, inebriado por um conforto duvidoso e uma realidade solitária à minha volta.<br />Passado certo tempo, escuto passos na escada e um cantarolar feminino que vinha de longe, agora se aproximava de mim. Carmem havia retornado. Senti uma mistura de alívio e preocupação por estar na iminência de ela abrir a porta do quarto, ver-me jogado ao chão do banheiro e apavorar-se, sair aos berros clamando por ajuda ou algo que o valha. "Augusto! Cariño! O que está acontecendo?!" Ouvi alguns "socorro, acudam" em tom de desespero, como se estivéssemos próximos de alguma vizinhança acolhedora, ou de uma vizinhança qualquer, mas morávamos em um local muito afastado do centro de Madrid, onde recolhíamo-nos, sem remorsos, em uma existência pacata e segura.<br />"Meu peito... os cabelos... era fogo, Carmem. Eu estava queimando". Foi o máximo que pude contar-lhe naquele momento, e na verdade não me lembro de ela compreender o que havia acontecido comigo. Talvez minhas palavras foram ditas em vão, pois recordo de seu olhar, achando que eu quase virara um moribundo, como se não houvesse mais volta para aquela situação. Eu não estava em condições de acalmá-la, de confortá-la, e era tudo o que eu mais queria. A seguraria em meus braços e não desviaria meu olhar dos seus grandes e negros olhos, e em segurança, diria-lhe que sobrevivi e que poderíamos viajar e encontrar seu irmão doutor e curar minha doença misteriosa, para que regressássemos o mais prontamente ao nosso lar de comunhão absoluta, e fugir do frio que estala nossos ossos lá fora. Mas não pude, minha fala me traiu e o processo lento dos meus pensamentos não ordenava uma lógica em minhas palavras. Somente recordo da face assustada de minha devota Carmem e de alguns pingos gelados que despencavam de sua roupa, enquanto me segurava entre as pernas; as gotas em direção ao meu rosto, este já resfriado pela água anterior do chuveiro, e desta forma, não sei por que, mas comecei a pensar que talvez a neve lá fora não fosse tão ruim assim.</span></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-68514935921389315032011-03-30T12:06:00.003-03:002011-03-30T12:11:19.812-03:00Corda bamba no Twitter<span style="font-size:130%;color:#ff6666;"><strong>.</strong></span> <span style="font-size:130%;color:#ff6666;"><strong>.</strong></span> <strong><span style="font-size:130%;color:#ff6666;"></span></strong><span style="font-size:130%;color:#ff6666;"><strong>"Para a corda bamba não existe ponto final"</strong></span> agora está no twitter! Acessando <a href="http://twitter.com/paraacordabamba"><strong><span style="font-size:130%;color:#cc0000;">@paraacordabamba</span></strong> </a>você pode acompanhar diariamente fragmentos dos nossos contos, meus e do Carlos. Sigam-me os bons! <strong><span style="font-size:130%;color:#ff6666;">.</span></strong> <strong><span style="font-size:130%;color:#ff6666;">.</span></strong>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-85817601556404244882011-03-25T09:37:00.001-03:002011-03-25T09:56:21.735-03:00Marcadores para esta postagem:<div align="center"><blockquote><span style="font-family:georgia;color:#996633;">exemplo, patinetes, férias, outono.</span></blockquote></div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-34036001428456357372011-03-16T12:34:00.002-03:002011-03-16T12:37:11.387-03:00outrem<blockquote><p align="center"><span style="color:#ffffff;">.</span></p><p align="center"><span style="color:#ffffff;">.</span></p><p align="center"> </p><p align="center"><span style="color:#666666;"><em><span style="font-size:130%;">"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma<br />multidão".</span></em><br /></span> </p><p align="right"><span style="color:#999999;">Cesare Pavese<br /></span></p></blockquote>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-5798263392747566412011-03-15T11:56:00.001-03:002011-03-15T11:59:33.027-03:00<strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong><br /><strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong><br /><strong></strong><br /><strong><em><span style="font-size:130%;color:#ff9966;">“minha liberdade nasceu de tudo o que foi proibido na infância. </span></em></strong><br /><strong><em><span style="font-size:130%;color:#ff9966;">minha confiança nasceu de toda oposição na vida adulta. </span></em></strong><br /><strong><em><span style="font-size:130%;color:#ff9966;">cresço contrariado.”</span></em></strong><br /><strong></strong><br /><span style="color:#ff9966;"><strong>- fabrício carpinejar -</strong></span><br /><strong></strong><br /><strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong><br /><strong><span style="color:#ffffff;">.</span></strong>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-91671904057639993242011-03-15T11:41:00.002-03:002011-03-15T11:49:00.983-03:0010 passos para ser escritor<div align="justify"><em><span style="font-family:arial;color:#999999;">.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Arial;color:#999999;">.</span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:arial;color:#999999;">Por Charles Kiefer</span></em></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;color:#666666;"></span> </div><div align="justify"><br /><span style="font-family:arial;color:#666666;"><strong>1.</strong> Ninguém nasce escritor, torna-se escritor. E o que leva alguém a se transformar em escritor é a genética e a cultura. A primeira é destino, a segunda – é conquista. Para a primeira, ainda não temos solução. Para a segunda, basta a vontade, o desejo de ser. Como dizia Jean Paul Sartre, um ser humano será, acima de tudo, aquilo que tiver projetado ser.<br /><strong>2.</strong> Vontade sem ação é devaneio. Para de sonhar e age. Escrever é como nadar, como andar de bicicleta – é preciso movimentar os braços, movimentar as pernas. No caso da escrita, é preciso movimentar o cérebro.<br /><strong>3.</strong> O melhor exercício para o cérebro é a leitura. Além de nos transformar em escritores, a leitura é importante para a saúde, evita o Mal de Alzheimer.<br /><strong>4.</strong> Um escritor não precisa ser um lobo solitário, como pregava Hermann Hesse. Pode – e deve – freqüentar cursos acadêmicos, oficinas literárias. Aliás, hoje em dia, é aconselhável que pretendentes à escritura evitem o romantismo e as idéias feitas.<br /><strong>5</strong>. Desde o tempo de Platão e Aristóteles, só há dois tipos de escritores, os idealistas e os materialistas, e não há conciliação entre os dois. Há extraordinários escritores idealistas e péssimos escritores materialistas, e há extraordinários escritores materialistas e péssimos escritores idealistas.<br /><strong>6.</strong> Ser um escritor idealista ou materialista é só uma questão de ideologia, de visão de mundo. Evite, apenas, o panfletarismo, que é o uso servil das idéias. Não existe literatura isenta, politicamente. Na estrutura profunda de um texto, a ideologia sempre se manifesta. Na estrutura aparente, ou de superfície, o que importa é a técnica.<br /><strong>7.</strong> Só existem bons e maus escritores, no sentido técnico. O que são bons escritores – ainda não sabemos. O que são maus escritores nós o sabemos sobejamente.<br /><strong>8.</strong> São maus escritores aqueles que constroem histórias desconexas, de temas inexpressivos e estereotipados, em estilo adiposo, desajeitado, flácido, sem harmonia e sem sutileza, com cenas e situações inverossímeis, compostas com descrições desnecessárias e sem articulação com a narração, e arrematadas com diálogos artificiais e inúteis.<br /><strong>9.</strong> Todo escritor é um vir a ser. Acreditar-se pronto e acabado é o princípio da morte autoral. A obra prima pode ser a primeira, a décima segunda ou a última obra de um determinado autor. Quem assina a obra completa é a morte. Enquanto vivo, o escritor é um ser em construção. Por isso, o orgulho e a vaidade são extremamente perigosos. Quem sacraliza o próprio texto pode inventar uma nova religião, mas não uma grande literatura.<br /><strong>10.</strong> Um escritor somente é escritor quando menos é escritor, no instante mesmo em que tenta ser escritor e escreve. Na absoluta solidão de seu ofício, enquanto a mente elabora as frases e a mão corre para acompanhar-lhe o raciocínio, é escritor. Nesse espaço, entre o pensamento e a expressão, vibra no ar um ser sutil, fátuo e que, terminada a frase, concluído o texto, se evapora. Nesse átimo, o escritor é escritor. Aí e somente aí. Depois, já é o primeiro leitor, o primeiro crítico de si mesmo e não mais escritor.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;color:#666666;">.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Arial;color:#666666;">.</span></div><div align="justify"> </div>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38710837.post-44523952895596146632011-03-04T19:05:00.001-03:002011-03-04T19:07:56.175-03:00Prenhes I<div style="text-align: center;"></div><blockquote style="font-family: georgia;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size:130%;"><span style="color: rgb(255, 102, 102);">.</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Em tempos de espera</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">Mais caro é o tempo que não anda</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">De todos os tempos</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102);">É este que lhe mata</span><br /></span></div></blockquote>cintilantehttp://www.blogger.com/profile/12503549719448808106noreply@blogger.com0