18 dezembro 2007

You only live once

O cara tava mesmo a fim de sacanear. Pegou a terceira carta que encontrou por entre os dedos e abriu. No duro. Sem dó: rasgou o envelope e nem olhou pros lados. Lá poderia conter toda uma vida assombrosa/amorosa/familiar/depravada/sacal de alguém que ele jamais conheceria. Foi fundo. Lendo a primeira linha pensou se não havia feito alguma espécie de juramento ao entrar para a empresa de correio da sua cidade. Não lembrou de baboseira nenhuma que pudesse ter dito quanto a isso. Continuou a espionagem. Fez uma leitura dinâmica, primeiramente, para averiguar se tratava-se de um bom material. Concluiu que era uma mulher. Baforou o cigarro vagabundo. "Instigante", pensou. Seguiu em frente. Mais alguns parágrafos e ele estaria diante da maior revelação de sua vida.

07 dezembro 2007

Giro e não páro no mesmo lugar.

Agora foi foda. Tá, não tão foda assim. Eu diria que um momento-fodinha.
Me dei conta de que já estamos no dia 07 de Dezembro de 2007. Se fecho os olhos, posso descrever com detalhes requintados o que eu fiz nesse mesmo dia do ano passado. Melhor abrir meus olhos pra que não escreva errado aqui.
Melhor ainda é abrir os olhos para o mundo: sim, para este mesmo, grande e estranho, porém, curioso. Num bom sentido. Entendível.
Tanta coisa que fazemos sem nem saber porque, mas estamos lá, batendo a cara na parede, dando murro em ponta de faca (expressão que cai como uma luva), acertando, errando mais do que encontrando. Vivendo.
Acho que estou num daqueles períodos onde a gente se dá conta do nosso lugar nesse globo azul e fica feliz com isso. Eu ando feliz pelo menos em saber que faço parte dessa engrenagem louca e barulhenta que se chama vida.
Pro Oscar Wilde só não bastava existir, era preciso viver, quem só existe não vive. Se é que me entendem. Enfim.
"Queremos saber quando vamos ter raios laser mais baratos", diz a canção. Logo.
Muito logo eles passarão cruzando o céu. Quem vai ver? Deixe-me saber depois.