30 janeiro 2007

cantei uma cantiga no caminho pra cá.
pensa que eu me
lembro?
(de mim mesma ou da
cantiga?)
não,
não.
assim não dá.

29 janeiro 2007

das memórias de hoje


um sempre pra sempre e agora também
guardo na memória recente o que é maior que eu.


vivo assim...


sim,



viva!









26 janeiro 2007

fato comprovado por mim: dor no tornozelo machucado, chuva chegando.
.

.

.


olha pra fora
a janela aberta acusa:
choveu.





24 janeiro 2007

de lá e aqui também

ah! como é fácil
aquilo que ignora

senta e fala;
logo cala. muito a dizer

daqui a pouco já
passou,

mas sempre se vê!

daquilo que
ficou, inicia...

reinventaproveita.

23 janeiro 2007

poesia no começo.


Não entendo
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras.

Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.


Clarice Lispector