26 agosto 2008

Desfecho.

Eu poderia nunca ficar sabendo disso. Passaria todo este tempo sem descobrir. Às vezes me observo parado na esquina onde sempre passa o ônibus. Pergunto-me como teria sido viver uma realidade que não a minha. Que não a que sinto neste momento em que abro os olhos, já de tarde, ainda na cama, ao pensar antes de mais nada, em você.
Explodimos em nossa geração que quer demais àquilo que nem aprendeu a suportar. Aos nossos ancestrais, um abraço fraterno; nada mais. Sufocaram-nos em uma iludida satisfação, aquela que me faz perceber o quão distante você sempre estará, não importa o quanto nos esbarremos cotidianamente.
Vivemos o sempre e o até logo; o beijo na testa cada vez mais raro e a transa de cinco minutos atrás das portas.
Não encontramos espaços em nossas reuniões com grupos de amigos. Buscamos o extremo do nosso convívio natural e, na sofrida rouquidão de nossas gargantas fumadas, nos sentimos derrotados. Perecemos na ânsia de saber o que acontece na janela em frente a nossa casa, na tentativa de
apreender o que ainda não sabemos, mesmo afundados, afogados nas próprias calúnias tão temidas.

2 comentários:

Anônimo disse...

ai. é tu mesmo que escreve essas coisas? entao eu te deixo um beijo, minha amiga. e na testa.

alice disse...

essa tá sensacional.