24 abril 2007

busca tempo



deu até pra crescer cabelo
poupar algum dinheiro

catar agulha em palheiro (cadê?!)
me findar em desespero (ai...)
chorar morte, sorrir vida, encontrar coração.

resta ainda ali na frente...
(espera)




20 abril 2007

Da realidade

.
.
.
virei pro lado e ainda fiz abraçar o ar.

19 abril 2007

embelezei

me dá licença?
fui invadida!
preciso passar, chegar até lá!
contaminar! mas tudo bem...
preencho-te também, vem
encosta na minha pele e sente que não tremo
largo é meu sorriso e maior ainda meu calor.
meu olhar já não é vago - tudo ali está e
aqui mesmo me senti.
simplesmente estou feliz.

16 abril 2007

DEZ



se conto, restam seis.
onde foram parar as flores?
faltam quatro
em minha janela.
Tudo se resume numa saudade muito grande.
A gente se encolhe, na própria existência e lá permanece, até segunda ordem.
Sentir-se só não é mais uma opção, como quando acordamos dizendo:
"- Hoje quero o dia só pra mim."
Ele é teu por todas as horas que se seguem,
e as semanas também.
Ah...as semanas...essas que custam a passar.
No final das contas, tudo vai se tornando um sempre muito repetitivo...
E, ao acabar de escrever
sei que esperar, ainda é tudo o que me resta.

12 abril 2007

Essa noite, ouça o portão se fechar atrás de mim.
Antes disso, imagine um respirar ofegante
a vagar depressa pela calçada;
Se prestar atenção um pouquinho,
verás que o silêncio não é tão quietinho...
E que meu ar já se comprime numa boca fechada.
dos corações faço tripa

nas petecas me seguro

alguma coisa me cai bem.

11 abril 2007

riminhas

urbanisse(I)

gosto das pessoas que caminham depressa
dessas que ziguezagueiam por ti nas calçadas.
tu nunca sabe aonde elas querem ir
mas sempre tem uma que te pega de surpresa:
dobra a esquina, entra na loja e estraga a diversão.
daí tu olha pro lado, vê outra; entre tantas
uma está disposta a servir a tua imaginação.

urbanisse(II)
não sei porque cambaleio quando caminho.
quando vejo, quase encosto na parede do vizinho, na loja de entrelinhos
vai chegar um dia que eu me espatifo no chão
atravessarei este mundão...
- ih! pára tudo! deusulivre.
pirei o cabeção.

09 abril 2007

DVDê-se de presente


V a l e n t i n
vale
assistir.

05 abril 2007

calço as sapatilhas, peço licença para sair
acusa-me o espelho: estou despida de mim.
onde fui me meter?! já não encontro mais meu ser, ou o que julguei ter sido;
nadei no nada, emismeci.
hoje debocho de Neruda,
"confesso que morri."

02 abril 2007



"Tudo é vago e muito vário


meu destino não tem siso,


o que eu quero não tem preço


ter um preço é necessário,


e nada disso é preciso."


leminski.picasso
mestres